Há três anos, em um dia 25 de julho, a Caligo foi criada. Começou a sair do plano das ideias, transformou-se em algo que poderia realmente funcionar. Até ela se tornar uma empresa foram mais de seis meses. Mas desde o Dia Nacional do Escritor de 2012 ela existe. Tem nome, com a ajuda do amigo Vitor Toledo. Tem um slogan, com auxílio da amiga Martha Angelo. Bendito aquele que tem amigos escritores, pois nunca passará aperto na hora de criar algo do tipo! =)
Foi uma gestação de mais ou menos três anos. Três anos pensando a respeito, se valia realmente a pena, diante de tudo o que a gente já sabia do mercado editorial. Não sabíamos muito, até hoje sabemos quase nada. Mas desde aquela época sabíamos o mais importante e amedrontador fato: não seria fácil, pois o mercado editorial brasileiro é cheio de meandros, é território injusto, e quanto menor a editora, quanto menos dinheiro possível de ser investido, mais difícil ainda. Nós, pequenos editores sem dinheiro, seremos loucos, então? Talvez. Provavelmente. Porque mesmo sabendo de todas as dificuldades, a vontade de fazer algo nesse sentido, de publicar livros de autores que julgamos serem merecedores disso, essa vontade era cada vez maior.
Até o começo do ano conseguimos segurar as pontas, fomos indo conforme a maré. Muitas vezes pensamos desistir. Todo dia, aliás. Mas o desejo de continuar também é forte, é imenso. E luta como um gigante dentro de nós. Ah, esse desejo é teimoso!
O que fazer, então? Durante os últimos meses, refletimos muito a respeito do que é, hoje, a Caligo, assim como pensamos muito a respeito do que queremos que a Caligo seja. E chegamos à conclusão de que não podemos pensar que queremos ser uma editora que publica livros de autores nacionais. As possibilidades são maiores se pensamos em publicar textos bons, de bons autores. Porque pensando assim, não importa a forma de edição. Nossa missão é publicar textos, estamos deixando isso bem definido a partir de agora. E é isso o que vamos fazer.
Para os próximos meses, temos então:
– Criação de uma revista digital, gratuita, bimestral, com material produzido por autores selecionados: contos, artigos, matérias. Com isso, queremos fazer com que esses autores, seus textos, e o trabalho da Caligo chegue ao maior número possível de leitores, já que a distribuição de material físico é caro, é complicado, é uma longa história que uma hora a gente explica, e talvez você até conheça essa história de ouvir falar por aí;
– Início da produção de e-books dos livros físicos já editados pela Caligo e antologias e contos avulsos que forem planejados a partir de agora. Ainda estamos vendo a respeito da venda desses e-books, se será pela Amazon ou de outra forma, mas o que sabemos é que os valores serão bem reduzidos, voltando ao ponto: fazer com que os textos desses autores cheguem ao maior número possível de leitores;
– Vamos fazer algumas mudanças aqui no site, por isso desativamos algumas páginas, que retornarão em breve. A intenção é concentrar a venda dos livros aqui, saindo da plataforma da Loja Integrada. Motivo: reduzir custos, pois mesmo a Loja Integrada sendo gratuita até o limite de 50 produtos cadastrados, de cada livro vendido temos uma taxa a pagar para o site, fora a taxa do PagSeguro e BCash. Muito provável então que as vendas se concentrem aqui também, assim poderemos até baixar o preço de capa dos livros físicos. E dos e-books.
– Talvez a Caligo mude de nome de fantasia. O motivo é que ela está registrada como ME, gerando assim muitos custos. Nos próximos meses queremos transferir para MEI, Micro Empreendedor Individual, um custo bem, bem mais reduzido. Mas tudo bem. Parafraseando Shakespeare: o que é um nome? Tudo para não parar no meio do caminho. Vai valer a pena, nós sabemos disso.
Sei lá, esse negócio de fazer livro, de produzir livro, é viciante. Vicia mais que ler, desconfiamos que vicia até mais que escrever. Duvida? Experimente produzir um livro e volte aqui para descrever a sensação desse processo. Depois do primeiro, você não consegue mais parar, e se parar, será algo inesquecível, do qual sempre se lembrará. Não dizem que a leitura dos livros muda as pessoas? Pois editá-los também.
E afinal, parar algo que significa tanto para nós, para quê? Por quê? Nessas horas vale mais dar um passo para trás, ou parar um pouco à beira do caminho para tomar um fôlego e depois seguir em frente. Somos loucos por essa coisa de livro e está certo, você já entendeu isso. Então a gente para hoje por aqui, evitando repetições.
Até o próximo informe!